O Ministério da Educação voltou atrás e diz, agora, que vai continuar avaliando a alfabetização das crianças como vinha sendo feito. A moratória de dois anos foi cancelada – se é que se pode acreditar em alguma decisão naquele órgão. Ocorre que a decisão de suspender a avaliação ocorreu sem que o ministro fosse informado.
O Estadão resume a situação em matéria que pode ser lida aqui. O Globo resume os desencontros aqui.
Velez está proibido pelo presidente de demitir ou indicar novos colaboradores no MEC, portanto tudo depende do presidente. A Secretária da SEB, ontem, havia pedido demissão, pois discordava da medida do presidente do INEP, feita a pedido de Carlos Nadalim, para suspender a avaliação.
Ontem Velez se reuniu com o presidente do INEP e o “demitiu”. Segundo o Estadão teria demitido também Carlos Nadalim (quem originou toda a confusão), mas outros jornais não confirmam. No entanto, tudo isso está parado na Casa Civil e precisa ter a concordância do presidente. A briga é alimentada por duas correntes, pelo menos, de um lado o grupo dos militares e de grupo os “olavetes” de Olavo de Carvalho.
O MEC foi instrumentalizado por três vertentes de apoiadores de Bolsonaro: evangélicos, olavetes e militares. Na partilha do governo, empresários e financistas ficaram com o Ministério da Economia. É o “neo-corporativismo de Estado”, a tal da “nova política”. O governo perdeu a dimensão republicana e é um amalgama de interesses particulares, diversos e desconexos, gerando toda sorte de confusão. Some-se a isso a falta de quadros e experiência em gestão pública.