Dispensa maiores comentários, a ação de aparelhamento que o atual governo realiza sobre as instituições democráticas. Trata-se de restringir a atuação das instituições àquilo que é permitido dentro do conservadorismo e do neoliberalismo.
Como exemplo disso, está a reportagem de Paulo Saldaña que revela os movimentos do MEC para criar um “tribunal ideológico” no INEP (leia aqui e aqui).
Sou professora da UNIRIO há 41 anos, no momento aposentada. Em minha trajetória acadêmica, tive a oportunidade de ser Reitora por dois mandatos e, em seguida, conhecer de perto o INEP, ocupando a sua Presidência.
Como professora, consultava e trabalhava com dados desse grandioso e respeitável Instituto.
Como Reitora, acompanhei de perto a utilização do Enem pelas Universidades Públicas como forma de ingresso de jovens e adultos na educação superior.
Na qualidade de Presidente do INEP, conheci de perto a excelência da maioria de seus servidores. Mesmo tendo um posicionamento contrário aos testes em larga escala, posso afirmar a seriedade com que sempre foram elaborados. Em nenhum momento soube de qualquer interferência ideológica nos itens. O cuidado era eminentemente pedagógico e técnico. Constatei tal afirmativa quando estive em na presidência dessa Autarquia.
Sempre houve questionamentos sobre a pertinência acadêmica do Enem, mas NUNCA a interferência ideológica, política no Banco de Itens.
A criação de uma comissão de censura aos itens desse teste fere frontalmente ao estado democrático. Causa-me, como educadora e cidadã, repulsa a tal proposta. É uma afronta ao INEP e à educação do nosso país.
Junto-me a todas, todos, todes no enfrentamento a proposta tão indigna!
NÃO À CENSURA de qualquer espécie!