Ainda bem que rejeitou

O mais novo especialista em alfabetização – ele muda a cada semana de especialidade – é o senhor Hélio Schwartsman. Agora ele entende também de alfabetização a ponto de pontificar em sua coluna – este é o seu real poder, ter uma coluna – como deve ser o processo de alfabetização das crianças. Parece que ter uma coluna na Folha de S. Paulo, autoriza a se falar sobre tudo que se queira com autoridade de qualquer especialista. Fosse câncer de próstata e só o Dr. Srougi teria credibilidade, mas em educação é mais light.

Segundo Hélio, “a Câmara, com apoio do governo, prestou um desserviço à educação, ao rejeitar uma emenda à MP 586 que reduziria de 8 para 6 anos a idade ideal para as escolas alfabetizarem a garotada.” (Folha, 9-3-2013).

Ainda bem que rejeitou. A alfabetização, se a emenda passa, iria começar de fato aos 4 na pré-escola, antecipando a escolarização e roubando a fase das brincadeiras, dos jogos e da interação da garotada. Onde aconteceu isso? No país que já testou todas estas baboseiras, os Estados Unidos. Mas como aqui basta ter uma coluna para se ter a verdade e não se precisa de dados para fazer política pública, pode-se igualmente fazer estas propostas mesmo não se entendendo nadinha de alfabetização ou de educação.

Avatar de Desconhecido

About Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
Esta entrada foi publicada em Avaliação na Educação Infantil. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário