Leitor comenta o desastre de uma reorganização sem planejamento que está fechando o período noturno em 61 escolas da região leste de São Paulo e interferindo com a vida de mais de 300 mil alunos, professores, gestores e pais no Estado.
“Sou professor da rede pública estadual desde 5 de outubro de 1988. Exatos 28 anos. Há tempos abandonei a perspectiva de uma educação para o amanhã e passei a adotar o lema de uma educação para o hoje. Assim como cada vez mais simpatizo com a ideia de que a democracia representativa é muito limitada.
Nossos estudantes, ao defenderem a Escola Pública, defendem um conjunto de bandeiras e causas fundamentais em um Estado Democrático de Direito e que todos nós devíamos apoiar.
Leciono na zona leste da cidade de São Paulo, mais precisamente em Itaquera.
Em nossa região a proposta do governo é fechar totalmente duas escolas, EE Salvador Allende e EE Inácio Monteiro III, e pasmem, fechar nove períodos noturnos. Isso mesmo, na Diretoria de Ensino Leste III, 9 escolas deixarão de ter o período noturno. Em algumas regiões os números são assustadores – Leste II – 19 escolas fecharão o noturno; Guarulhos – 33 escolas fecharão o noturno.
Trata-se de um ataque brutal ao direito dos alunos trabalhadores e à comunidade em geral e pouco se tem falado nisso, pois o foco ficou nas escolas totalmente fechadas, no entanto o número de escolas que fecham o noturno é muito grande e as consequências serão ainda mais graves.
Cada sala de aula, período ou escola fechada abre para o mercado a possibilidade de abertura de uma sala, período ou escola. Uma verdadeira privatização da Escola Pública.”
E os nossos representantes políticos não estão fazendo nada? Afinal temos políticos de todos os partidos. Ninguém está sensível à causa?
Car@s, penso que é importante analisar a estratégia de reorganização das escolas sob a perspectiva do “lucro”, pois não podemos descartar o fechamento das escolas sob a perspectiva da especulação imobiliária. Tomando duas escolas em Pinheiros(SP) como exemplo: quanto custará o m2 de dois terrenos gigantes um, na Rua Cristiano Viana, próximo à Teodoro Sampaio; e, outro, na Rua Pedroso de Morais, duas quadras da Av. Rebouças e outras 2 da Vila Madalena…
Espero que o movimento de ocupação das escolas esteja a cada dia mais fortalecido!