As indústrias educacionais voltadas para a formação de professores já farejaram a constituição do mercado brasileiro e estão chegando. É o caso da organização que opera em países da área andina conhecida como “Tu classe, Tu País” baseada no Chile. Na plataforma o professor pode acessar informações, além de compartilhar práticas com outros professores. No Brasil vai se chamar “Sua Classe, Brasil.” Estará disponível em quatro meses.
A plataforma foi apresentada nesta semana durante o congresso InovaEcuca 3.0, em São Paulo. Ela já é usada em países como República Dominicana, Uruguai e Venezuela. No Brasil, ela será lançada por meio de uma parceria com o Instituto Crescer, da família Allan, e a X D Education, indústria educacional que produz conteúdo escolar digital.
“A ferramenta surgiu a partir de uma premissa de que os países da América Latina não estão satisfeitos com a formação de seus professores. “Todos sabemos que investimos muitos recursos na formação de professores e os resultados não são os que desejamos”, observa Severin, que também trabalha como consultor internacional em instituições como a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e Banco Mundial.”
“Para acompanhar sua prática e incentivar o trabalho colaborativo, a plataforma “Sua Classe, Brasil” oferece uma alternativa personalizada para a formação continuada de docentes da educação básica.
“Com mais de cem opções de cursos, comunidades de aprendizagem, relatórios de progresso e espaço para criar um portfólio digital, “Sua Classe, Brasil” funciona como um sistema de gestão de desenvolvimento profissional docente. A plataforma tem como base cinco princípios: colaboração entre pares, que acontece por meio de fóruns e comunidades; planos de formação personalizados para cada professor; cursos que exigem colocar em prática ações pedagógicas na escola; incentivo ao desenvolvimento contínuo; e reconhecimento do docente enquanto profissional.”
Tudo isso é facilitado pelo poder padronizador que têm as bases nacionais comuns. No caso brasileiro, a base nacional curricular comum que norteará o ensino, ano a ano, já está em discussão. A base nacional da formação de professores também já começou a ser discutida. Com estas padronizações, torna-se possível o surgimento de empresas educacionais que agora têm escala de operação.
Joga papel importante, como fator de pressão, as avaliações dos professores feitas pelas redes nos estados e municípios que certamente se articularão com estas empresas de formação continuada de professores à distância, em especial o Exame Nacional do Magistério da Educação Básica, (ENAMEB) que combinada com a Prova Nacional Docente (INEP) – em tramitação no Congresso -, oficializará a avaliação permanente do professor em exercício a cada dois anos, em articulação com a avaliação de desempenho dos professores em estados e municípios.
Não se descarte também, a atuação destas empresas em eventual processo de certificação de professores que venha a ser criado a partir do ENAMEB, no estilo OAB.
ESTAMOS PRESTANDO A PROVA DE MÉRITO E 90% DOS PROFESSORES TEM PASSADO! ISSO É UM MEIO DE GANHAR DINHEIRO DOS GOVERNOS