Dissertação defendida no dia de ontem (14-12-16) na Faculdade de Educação da UNICAMP analisa, através de um estudo de caso, o Grupo empresarial “Abril/Somos Educação”. Segue resumo do trabalho de Luciana Sardenha Galzerano, orientado por Thereza Adrião.
“Esta dissertação tem como objetivo compreender, no contexto do capitalismo contemporâneo a atuação de grupos empresariais na educação básica pública. Para tanto, recorremos a um estudo de caso da Abril/Somos Educação. A escolha se deve à nacionalidade brasileira do grupo, sua presença majoritária no mercado de livros didáticos e ainda, por ter sido a primeira empresa voltada para a educação básica a abrir seu capital em bolsa de valores. Apoiamo-nos no pressuposto de que a educação pública no Brasil, tal qual em outros contextos, torna-se campo para negócios – inclusive para a reprodução do capital financeiro -, vide o alto grau de concentração e centralização dos grupos empresariais atuantes nesse âmbito e sua relação com o capital financeiro, por meio dos mercados de ações ou, ainda, das fusões com grandes grupos internacionais. O período selecionado para esta pesquisa (2010-2015) tem início com a formação da Abril/Somos Educação, como um segmento do Grupo Abril, em 2010 até 2015, quando o controle da companhia foi assumido pela Tarpon. Trata-se de uma pesquisa documental; as informações foram coletadas, sobretudo, nos sítios eletrônicos da Abril/Somos Educação e de seus controladores (Grupo Abril e Tarpon); na mídia de abrangência nacional e internacional, nos documentos disponibilizados pela BM&FBovespa, nos sítios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Como resultado, observamos que a financeirização das atividades de grupos como a Abril/Somos Educação potencializa significativamente seus ganhos, aumenta sua presença no setor educacional público e, consequentemente, o controle que exerce sobre as escolas.”
Baixe o estudo aqui.
O trabalho está muito bem desenvolvido e mostra, pelo exemplo analisado, como os grupos internacionais já se posicionam no Brasil para a nova fase de privatização da educação básica pública, na qual o país mergulha na esteira da retirada do Estado, constituindo-se em campo de valorização de capital especulativo. Isso acontece já há algum tempo no ensino superior brasileiro.
Tais organizações internacionais estão ligadas à reprodução de “capital fictício” (estágio avançado do capital a juros), pois têm finalidade especulativa, guiadas por agências de fundos de investimento.
quero ter acesso ao trabalho completo.
Os tramites burocráticos de liberação interna estão em curso. Estimo que em março estará disponível na biblioteca de teses virtual da FE Unicamp.
Gostaria de ter acesso ao quero ter acesso ao trabalho completo.
Os tramites burocráticos de liberação interna estão em curso. Estimo que em março estará disponível na biblioteca de teses virtual da FE Unicamp.
Excelente dica. Vou divulgar no COLEMARX.
O link para o trabalho completo está em http://taurus.unicamp.br/handle/REPOSIP/321629
Obrigado.
Luiz