Desenvolve-se no país a ideia cada vez mais arraigada de que os nossos problemas se resolvem pelo controle e punição. É uma violência institucionalizada. As causas dos problemas sociais, em especial, são simplificadas e se idealizam leis, controles e punições como se esta fosse a saída para os problemas.
Um governo compromissado com o mercado e não com pessoas, retira recursos da área social por 20 anos, enquanto crescem os sinais de descontrole os quais se agravarão sem os recursos necessários. Enquanto isso, a tecnocracia diz que o nosso problema não é ausência de recursos e sim a gestão dos recursos já existentes, ou seja, a boa gestão da miséria.
Este tipo de ideologia, está dentro do governo. Ele abre espaço para a lamentável afirmação do Secretário Nacional da Juventude do governo Temer, Bruno Júlio, do PMDB, que referindo-se às matanças no sistema prisional diz abertamente à Globo:
“– Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana.”
Leia aqui.
A proposta do Secretário Nacional da Juventude é a eliminação física dos jovens infratores (que em sua maioria detentos entre 20 e 28 anos). A afirmação e extremamente grave. E é esta pessoa que cuida de Secretaria Nacional da Juventude.
Diz isso sem qualquer respeito pelos familiares de uma centena de mortos cujos corpos ainda nem acabaram de ser identificados.
À Folha, ele declarou que sua opinião foi “deturpada”. “Eu não disse a questão da chacina, óbvio que não disse”, afirmou.
Veja aqui outras denúncias contra o Secretário por agressão a mulheres.
A Secretaria Nacional da Juventude é ligada à Secretaria de Governo da Presidência da República que era ocupada por Gedel, afastado do governo por denúncias. Portanto, o chefe direto de Bruno Julio é o próprio presidente Temer.
Após repercussão, o Secretário pediu demissão que foi aceita.
Prezado Prof. freitas. Acompanho sempre vosso Blog, parabéns. Quanto à fala do secretário sou à favor, uma vez somente quem passa pela injustiça e dor de mortes cometidas por estes criminosos sabe o quão são verdadeiras “pragas” de nossa sociedade. Quem vive no Norte desse país sab+e a falta de leis e justiça para a populaçâo de cá. Não corroboro as atitudes contra a mulher denunciadas e sequer o secretário em si (agora ex), mas sua fala expressa a necessidade de leis mais vigorosas e de uma justiça que proteja nós, o povo Brasileiro. Apesar da dor dos familiares dos mortos, muitos se esquecem das inúmeras famílias, vítimas, destes criminosos. Att
Compreendo. Mas ocorre que esta forma de encarar a solução dos problemas sociais além de não resolver e agravar o problema, não pára aí, onde pode convir, por variados motivos, a este ou aquele. A vingança não é uma boa forma de se fazer política pública. Por algum motivo, pode convir a este ou aquele, mas atingem toda a vida social, onde pode não convir a ninguém. A história mostra que isso é mais fácil ocorrer do que pensamos. Abraço.