Para o exterior, está vetada a venda de carne das empresas suspeitas de fraude. E para o prato das crianças na merenda escolar, pode? Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, além dos testes habituais (que nunca detectaram nada), as empresas deram garantias de que a carne é boa, pasme…
Afinal, se as empresas não puderem vender nem para o exterior e nem para o interior, vão ser fechados postos de trabalho, será um caos…. Eis a fala “padrão” no governo federal e na mídia. Em resumo: não pode ser detida a cadeia de geração de lucro.
Em nome de abrir emprego, tudo pode: rever a previdência, mudar as leis trabalhistas, carne podre para crianças (já detectada no Paraná), etc. Ninguém cumprimentou a PF pelo feito. Até vale, agora, criticar a Polícia Federal por excesso. A notícia não repercute na mídia pelos efeitos na saúde das pessoas, mas pelos efeitos na saúde do bolso dos empresários. Aí está o poder da mídia, por um lado, e o poder dos políticos quando se alinham aos empresários.
Segundo o Ministro da Agricultura:
“— Você não pode tratar as questões econômicas com a mesma ligeireza da cobertura das futricas do Salão Verde e do Salão Azul, da Câmara dos Deputados e do Senado. No mercado europeu, por exemplo, França e Irlanda disputam palmo a palmo com a carne brasileira — completou.”
Mesmo que a PF tenha dito que tem mais dados – estes sigilosos – sobre a tal carne podre, não conta. Tem que escoar o que já está “produzido”, afinal.
Esta é a lógica que permeia a democracia representativa da aliança político-midiática-empresarial.
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