Segundo o site do Consed, a presidente do INEP, Maria Inês Fini, que participou em Recife (PE) do Seminário Internacional de Avaliação da Educação Básica, promovido pelo Consed, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, Instituto Unibanco e Fundação Itaú Social, disse nesta terça-feira (10) que a arquitetura e conteúdo das avaliações à luz da Base Nacional Comum Curricular deve envolver avaliação processual formativa durante todo o ano. Leia-se preparação para as provas nacionais o ano todo.
Quem viu esta tese ser implantada (e não funcionar) em São Paulo quando o mesmo grupo esteve na Secretaria Estadual entende o que ela quer dizer: isso significa que os objetivos da avaliação que estão na base nacional devem dar a referência para as avaliações nacionais e estas devem estar igualmente alinhadas com o que se faz dentro da sala de aula, vale dizer, devem ser trabalhadas à luz da avaliação processual formativa que conduza a aumento de índices nas avaliações nacionais.
“Maria Inês falou sobre a articulação entre a BNCC e as avaliações. Para ela, essas referências curriculares indicarão as matrizes de avaliação que vão apoiar o trabalho do professor. “É preciso saber diferenciar os objetivos, as metodologias e os resultados dessas avaliações em larga escala na avaliação processual formativa. Sempre tenho dito que quem manda na avaliação é o currículo. É o currículo que reverte resultado na escola e não a avaliação. A avaliação está a serviço do ensino, basicamente.”, concluiu.“
Recentemente postei aqui um estudo de Daniel Koretz, especialista em medidas educacionais e que não é contra avaliações, diga-se, indicando o fracasso desta perspectiva em 30 anos de tentativas nos Estados Unidos. Ele diz:
“Contudo, esta proposição não é tão simples; ela é simplificada – e a evidência mostra esmagadoramente que esta abordagem falhou. Isso não significa dizer que ela não produziu nenhuma melhoria. Ela produziu. Mas estas melhorias são poucas e pequenas. (…) Os escassos efeitos positivos devem ser contrastados com muitos efeitos negativos generalizados e sérios. A accountability baseada em testes conduziu os professores a gastar tempo em todas as formas indesejáveis de preparar para os testes – por exemplo.”
É isto que a proposta do MEC-INEP para alinhar base nacional comum, avaliações nacionais e avaliação “formativa” o ano todo, irá produzir na educação brasileira. Mas não precisamos ir tão longe, basta ver o que esta filosofia de avaliação já fez em São Paulo.