É pouco comentado, mas a rede privada no Brasil não consegue que suas escolas atinjam as metas do IDEB em nenhum dos níveis de ensino desde 2011 – nem mesmo nos anos iniciais do fundamental onde o Brasil mais cresceu nos últimos 15 anos, nível de ensino em que as públicas estão dentro da meta.
As metas são numericamente diferentes para as redes públicas e privadas. No setor público a meta dos anos iniciais (para 2017) é 5.2 e para a privada 7.2. A rede pública teve 5.5 e a privada 7.1. Foram estabelecidas por modelos matemáticos a partir dos resultados da aplicação de 2005 quando se criou o IDEB.
Nos anos finais do fundamental a meta das públicas é 4.7 e a da rede privada é 7.0. Em 2017 a rede pública teve 4.4 e a privada 6,4. Nenhuma delas atinge a meta, mas a rede privada não atinge desde 2009 enquanto a pública não atinge desde 2013.
No ensino médio as dificuldades continuam. A rede privada tem como meta 6.7 e obteve em 2017 a nota 5.8. A rede pública tem como meta 4.4 e obteve a nota 3.5. Enquanto a rede privada não atinge a meta desde 2007 a pública deixou de atingir sua meta em 2011.
Interessante as reflexões professor, mas não concordo que tomemos como referência a média geral das Redes públicas ou privadas. Médias não conseguem apanhar os dados fora da curva, não expressa a particularidade nem as extremidades. O índice em si não representa a realidade do ensino nas instituições. A fórmula que constitui o índice pode camuflar tanto o “sucesso” quanto o “fracasso” escolar ( não do aluno, mas da organização do trabalho pedagógico da escola e das fragilidades das redes). Por exemplo, uma das escolas da RME de Goiânia foi enquadrada pelo índice de 7,6 no IDEB, já o coeficiente de proficiência para os anos iniciais no tocante ao ensino da Língua Portuguesa aponta que 96% dos educandos avaliados apresentaram aprendizado adequado. Esse percentual ainda se divide em níveis diferentes, conforme habilidades previstas nos descritores. Ou seja, o índice em si não expressa a realidade particular de cada escolas e das proposições que são necessárias para melhoria do ensino. Não podemos cair nessa cilada de acreditar que essas avaliações externas e padronizadas apresentem elementos consistentes e reais para verificar a qualidade da educação em nosso país. ele pode ser um ponto de partida, mas quando pormenorizado e pensado na particularidade de cada escola, suas condições administrativas, de alimentação, de pessoal e de trabalho pedagógico, observaremos que esse índice não aponta para um melhor futuro de investimento na escola pública, para todos.
Obrigada por seus posts!!!
Milene