A ideologia do ENEM

O presidente eleito parece não perceber (ou faz de conta) que existem leis no país que vai governar e que, portanto, nem tudo depende da sua vontade. Pelas redes, agora, ele ataca o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) porque incluiu uma questão que não lhe agradou:

“Qual a razão de incluir ideologia e politicagem nos testes que medem o conhecimento dos nossos alunos? Não devemos fabricar militantes, mas preparar o jovem para que se torne um bom profissional no futuro. O modelo atual não funciona, temos péssimos indicativos. É preciso mudar!”

Maria Ines Fini, atual presidente do INEP, autarquia que elabora a prova, explica em uma entrevista dada ao El País na qual respondeu a uma pergunta sobre a possibilidade do novo governo interferir no ENEM:

“Nenhuma. Não é o Governo que manda na prova”. (…)”Eu só lamento que algumas leituras tenham sido equivocadas, mas cada pessoa, cada leitor do mundo faz uma interpretação do texto da maneira como quer, não é? Com a sua cultura, com seus valores e com as suas ideologias”, completa.

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Para Luiz Claudio Costa, ex-presidente do INEP:

“As questões são feitas por professores de cada área, nunca houve uma escolha [por parte do Executivo] de quais questões seriam feitas”, diz ele. “Se Bolsonaro quiser interferir, ele monta uma comissão com pensamento alinhado ao dele para construir a prova, mas aí estará definindo a ideologia da prova.”

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Sobre Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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