Nancy Carlsson-Paige, especialista em desenvolvimento infantil, preocupada com o cerco que as mídias interativas estão criando ao redor das crianças pequenas desde cedo, elaborou um manual para os pais. Ela examina seis ideias fundamentais no campo do desenvolvimento infantil:
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As crianças utilizam todo o seu corpo e todos os seus sentidos para aprender sobre o mundo.
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As crianças aprendem pela experiência direta no mundo real.
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As crianças aprendem inventando ideias.
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As crianças dão sentido ao seu mundo através da brincadeira.
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As crianças constroem habilidades de resiliência e resistência através da brincadeira.
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As crianças vivem e aprendem em um contexto de relações sociais.
As recomendações são:
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“Cerque as crianças pequenas com oportunidades para se movimentarem e explorarem usando todo o seu corpo e todos os seus sentidos.
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Forneça às crianças pequenas todos os tipos de objetos a serem explorados. E tente dar-lhes muitas oportunidades de interação social – lembrando que as crianças crescem cognitivamente, socialmente e emocionalmente enquanto se envolvem ativamente com materiais e pessoas.
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Mantenha as crianças longe das telas dos equipamentos nos dois primeiros anos de vida, tanto quanto possível, e reduza o uso da tela ao mínimo durante os primeiros anos da infância. Quando uma criança quer ficar na tela, podemos nos perguntar: “Qual é o potencial dessa atividade para estimular a imaginação e/ou o seu desenvolvimento social? Não existiria uma experiência mais benéfica e envolvente disponível para o meu filho agora?”
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Tente fornecer um espaço (até mesmo um canto de um quarto em um apartamento pode funcionar bem) e tempo ininterrupto para as crianças brincarem todos os dias.
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Dar às crianças materiais não-definidos (playdough, materiais de arte, blocos e materiais de construção, objetos domésticos) para brincar, o que encorajará o jogo mais profundo, criativo e extenso possível.
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Tente prestar atenção consciente ao seu próprio uso de dispositivos móveis na presença de crianças e tente deixar os dispositivos de lado até mais tarde, tanto quanto possível.
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Tente fazer com que o uso da tela em equipamentos pelas crianças seja uma escolha consciente e não algo para o qual nos voltemos automaticamente.
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Tente praticar a arte de estar totalmente presente com as crianças, dando-lhes toda a nossa atenção, mesmo que seja apenas por alguns momentos.
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Evite usar telas de equipamentos eletrônicos para ocupar as crianças ou distraí-las de seus sentimentos ou momentos difíceis. Mantenha facilmente acessíveis materiais não-definidos como massa, marcadores e papel, materiais de construção.
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Esteja alerta ao ambiente escolar que as crianças têm e defenda salas de aula que envolvam as crianças por meio do aprendizado lúdico e permita que elas sigam sua própria curiosidade, em vez do aprendizado didático que é tão difundido hoje em dia.”
Baixe aqui (em inglês).
Olá professor Luiz,
Esse tema é importantíssimo para o debate tendo como foco as escolas de educação básica. É um debate muito difícil de ser feito porque temos muito pouco tempo para fazê-lo no nosso cotidiano atarefado e acaba prevalecendo aquele “argumento” de que a escola tem que acompanhar as mudanças que ocorrem na sociedade, e que não se deve ver a tecnologia como vilã. Infelizmente o tema acabou voltando à pauta por causa do triste episódio da deputada eleita aqui em SC, que sugeriu através das redes sociais, que os estudantes filmassem seus professores para denunciá-los. Esse episódio causou um verdadeiro pavor em muitos professores e resultou na busca por mecanismos para restringir o uso dos celulares nas escolas. Uma pena poque a solução momentânea não resolve o problema de fundo que é buscar compreender o impacto desses usos tecnológicos no processo de formação dos nossos estudantes.
Obrigada por compartilhar esse material!
Abs!
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