O que pode estar escondido atrás dos fechamentos de escolas? Racismo? Ocultação da pobreza que deixa a cidade mais feia? É o que procura esclarecer Eve L. Ewing nos acontecimentos que fecharam mais de 125 escolas na cidade de Chicago (USA) – 53 delas de uma só vez em 2013.
Com a proposta do futuro governo brasileiro de utilizar vouchers e escolas charters caminhando para a privatização das escolas, estas situações podem estar mais perto do que pensamos.
“Na primavera de 2013, aproximadamente 12.000 crianças em Chicago receberam a notícia de que seu último dia de escola não seria apenas o último dia do ano, mas também o último dia de existência da própria escola. O terceiro maior distrito escolar do país fecharia 53 escolas, alegando limitações orçamentárias, subutilização de prédios e preocupações com o desempenho acadêmico. Dos milhares de estudantes deslocados, 94% eram de baixa renda e 88% eram afro-americanos, levando os críticos a acusar o CEO do distrito, Barbara Byrd-Bennett, e o prefeito Rahm Emanuel de racismo. “[O prefeito] diz que quer mudar a cidade de Chicago, fazer uma nova Chicago”, disse um ativista a um repórter. “Essa nova Chicago significa não às crianças negras? Onde as pessoas irão?
“Fantasmas no pátio da escola: racismo e fechamentos de escolas no lado sul de Chicago” conta a história desses fechamentos, desde o desdobramento até as consequências, em Bronzeville, uma comunidade afro-americana historicamente significativa no lado sul de Chicago.”
Em Chicago, entre 2000 e 2015 foram fechadas 125 escolas públicas e nasceram 149 escolas charters (privadas) de admissão seletiva.