INEP: pesquisa revela uma instituição ameaçada

Um relatório preliminar de uma pesquisa chamada “Dinâmicas organizacionais e bem estar dos funcionários do INEP”, coordenada pelos professores Gabriela Lotta (FGV), Gustavo Tavares (Insper) e Joana Story (FGV) acaba de ser divulgado. O objetivo da pesquisa foi analisar as “dinâmicas de trabalho vivenciadas pelos servidores do INEP frente ao processo de mudança das políticas da organização”.

A pesquisa foi realizada por meio da aplicação de um survey (questionário eletrônico) enviado a todos os servidores da instituição. No total, foram recebidas 152 respostas completas e 49 profissionais iniciaram o questionário mas não o concluíram.

Destaque-se a percepção dos respondentes de que o INEP está sendo atacado pelo atual governo. Somando-se as respostas dos que concordaram com a afirmação de que a instituição esta sendo em algum grau atacada, chega-se a 90% dos respondentes do questionário.

Para os pesquisadores os dados “mostram com clareza que há uma forte percepção entre os funcionários do INEP de que a organização está sofrendo ataques do governo e que sua autonomia está sendo afetada.”

O relatório conclui dizendo que:

• “A percepção de ataque à organização está associada à menor segurança psicológica, maior burnout e maior silêncio. Ou seja, quanto mais os servidores se sentem atacados, mais eles tendem a sofrer burnout e se silenciar frente à situação.

• A percepção de comprometimento da liderança (Coordenadores) com a defesa do INEP está associada a maior voz dos participantes. Ou seja, quanto mais os servidores sentem que suas chefias estão comprometidas com a organização, mais eles se sentem abertos a expressar suas percepções.

• Insegurança psicológica está fortemente associada à burnout e silêncio.”

A pesquisa solicitou ainda que os respondentes relatassem os casos de assedio sofridos. 89 respondentes decidiram relatar histórias e elas foram codificadas para compreender quais os padrões de assédio institucional que apareciam e foram tipificados como assedio moral, censura, mudança de cargos políticos, mudança de postos de trabalho, deslegitimação de saber técnico e mudança de procedimentos burocráticos.

Leia o relatório preliminar aqui.

Sobre Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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