Por dentro da escola

Um leitor me envia a seguinte descrição:

“Acabo de receber por email a informação de que a escola em que trabalho conseguiu um dos maiores IDEB do país. Pulou de 2,2 em 2011 para 4,2 no que acabou de sair. Assim como a informação da possibilidade do recebimento de bonificação por resultados.

O Secretário de Educação do Estado comemorou o resultado do IDEB, entretanto o que ele não menciona é que retirou parte considerável dos alunos com defasagem idade-série do ensino regular, colocando-os no chamado Projeto/Programa Autonomia (classes de aceleração) e que no último ano os professores foram surpreendidos no último conselho de classe do ano com a informação que algumas disciplinas como língua estrangeira não reprovariam. Além de se criar outros entraves para a reprovação de alunos, como a obrigação de ter que elaborar um plano de estudos detalhado e diferenciado para cada aluno que ficou em dependência.

Juntando isto com a política de responsabilização, o sujeito obviamente alterou mecanicamente o fluxo escolar para que o índice subisse. E ainda tem coragem de comemorar isso.”

Sobre Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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2 respostas para Por dentro da escola

  1. Pingback: POR DENTRO DA ESCOLA | Grupo de Estudos e Pesquisa em Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico

  2. Eloisa De Blasis disse:

    As escolas e os sistemas de ensino sempre encontrarão estratégias adaptativas para melhorar seus índices. Aí está! O indicador pode ser mascarado (o que revela sua fragilidade).
    Enquanto as redes de ensino se deixam mobilizar pelos índices, os meninos continuam saindo da escola pouco preparados, o que contradiz os propósitos (ao menos oficiais) das avaliações externas em larga escala.

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