Em entrevista ao The Intercept Brasil, Daniel Cara analisa as disputas internas do MEC entre o grupo de Maria Helena Guimarães (PSDB) e o grupo de Ministro Mendonça (DEM). Para ele, estes dois grupos estão em luta no interior do órgão (e do governo).
“A Maria Helena representa o retorno à visão do Paulo Renato [Souza, ex-ministro da educação, morto em 2011, ocupou o cargo durante os oito anos de governo FHC]. A revogação do SINAEB [Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica], as medidas provisórias, agora a desconstrução da lógica do Fundeb, são todas medidas para se retomar à desconstrução do sistema de ensino médio integrado. Nem saíram as notas do Enem por escola para os Institutos Federais.”
“E tem o outro grupo dentro do ministério, do Mendoncinha, que gravita na órbita do DEM. Isso faz com que se exista um conflito. A visão do Mendocinha é uma visão muito menos especializada. É só ver o Roda Viva que ele participou pra ver que não tem a mínima consistência. Ele não é uma pessoa que entende de educação, ele mesmo assume.”
Entre outras análises, Daniel revela de onde veio da MP do ensino médio, a 746:
“O que acontece é que a MP foi construída por um grupo de fundações empresariais, em apoio ao governo federal. O Simon Schwartsman [um dos especialistas em educação que foi referência na criação da MP] fez um estudo que subsidiou a edição da MP, estudo que foi financiado por fundações empresariais. O ICE [Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação], doMarcos Magalhães, também participou da formulação desse estudo. E eles tiveram um trabalho intenso junto ao Mendonça Filho para editar essa MP no que se refere a horário integral.”
Leia a entrevista toda aqui.
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