Alfabetização e a cartilha da discórdia

Os liberais continuam “surpresos”. Mascarado de evidência empírica decisiva, o método fônico emerge como o único método de alfabetização a ser implementado pelo MEC. Como sabemos, evidências empíricas sólidas incluem a análise das evidências empíricas contrárias, as quais são, no decorrer da análise debatidas e eventualmente negadas.

Nada disso acontece nas ditas “evidências” do método fônico mencionadas pelo MEC. É uma visão unilateral e seletiva que desconhece a evidência contrária. Eliminando o “adversário” já na partida, na maioria das vezes por critérios ideológicos, fica fácil emergir como o único método bem sucedido.  Como aponta articulista da Folha:

“Os defensores da proposta do MEC, que prioriza alocar recursos federais em programas pautados apenas pela abordagem fônica, afirmam ser essa a única solução “baseada em evidências”. Isso é uma falácia. As evidências científicas em torno de propostas construtivistas também são abundantes e robustas. E o campo de pesquisa especializado tem sido bastante responsável e efetivo em demonstrar que reconhecer apenas no método fônico um cuidado pedagógico diligente é um erro crasso…”

Leia aqui.

Como aponta O globo:

“Nas 56 páginas, a cartilha divulgada dá ênfase, por exemplo, ao método fônico, que privilegia o som das letras no aprendizado, e afirma que “a alfabetização no Brasil deverá basear-se em resultados, evidências científicas”. As evidências, no entanto, não foram apresentadas no evento de divulgação da cartilha.”

Leia aqui.

Quando os liberais vão passar da “surpresa” para a ação?

Sobre Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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