Novo livro de Hanushek

Remo Bastos nos informa do lançamento de um novo livro de Eric Hanushek com Ludger Woessmann.

Eric Hanushek é um professor americano da Hoover Institution alojada na Universidade de Stanford. Esta instituição, segundo ela mesma, “com seus eminentes estudiosos, arquivos e biblioteca de renome mundial, procura melhorar a condição humana através do avanço das ideias que promovam a oportunidade econômica e prosperidade, e ao mesmo tempo garantir e salvaguardar a paz para a América e toda a humanidade.”

Ludger Woessmann é um professor alemão do IFO Institute – Leibniz Institute for Economic Research na University of Munich – o qual é uma ONG associada à Universidade de Munich.

Neste novo livro os autores fazem uma defesa de que o conhecimento é a chave para o desenvolvimento de um país. Eles afirmam que as habilidades cognitivas da população, que eles chamam de “capital de conhecimento” de uma nação, são fundamentais para a prosperidade de longo prazo.

Alguém discorda até aqui? Penso que não.

O problema não está nas questões postas pelos autores, mas como é costumeiro na produção de Hanushek, nas análises e nas associações que se fazem em seguida. O livro faz louvores às políticas de responsabilização, à privatização da educação, à competição como forma de melhorar a educação, e à meritocracia, recompensando diretamente os bons desempenhos.

Ora, não há nenhuma evidência empírica (a dele é derivada de modelos de análise) de que tais políticas sejam efetivamente responsáveis pelos avanços que os autores acreditam que os países possam obter a partir da tese geral de que o conhecimento é importante para as nações.

Ou seja, na prática, as deduções econométricas dos autores sofrem com a injunção de outros fatores da vida das nações e que não podem ser levadas em conta completamente.

Marc Tucker, apesar de concordar com as análises gerais dos autores, não pode, igualmente, deixar de mostrar suas dúvidas:

“Mas melhor educação não é um elixir. Os modelos não produzem os resultados previstos quando as economias nacionais não podem absorver os trabalhadores mais instruídos. Boa política fiscal e monetária ainda conta. Muitos países cujas economias dependem em grande parte da venda de recursos naturais, especialmente do petróleo, poderiam ter usado sua riqueza para educar seus povos antes que seus recursos naturais se esgotassem ou já não fossem necessários, mas não conseguiram fazê-lo.”

Veja também outros posts aqui e aqui.

Sobre Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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