Aplicando algo semelhante à nossa Prova Brasil, ainda que a um número maior de disciplinas, o Chile está questionando sua principal avaliação do ensino básico: o SIMCE. As opiniões são variadas.
Para os críticos a avaliação deveria ser amostral e não censitária. Eles também elencam os efeitos nefastos que a avaliação censitária gerou ao longo de seus 27 anos de aplicação: como sua associação a premiações, pressões sobre as escolas e outras. Aplicada anualmente no 2º., 4º., 6º. e 8º. anos do ensino fundamental e nos 3º. e 4º. anos do ensino médio, há quem defenda que se deva diminuir a sua frequência.
“Quando os resultados são associados a consequências tão severas, a evidência nacional e internacional reporta efeitos não desejados, como estabelecimentos que deixam de ensinar disciplinas que não são medidas, excluem os estudantes com maior desvantagem acadêmica ou em desvantagem sociocultural e se focam somente em um grupo minoritário de estudantes. Isto inflaciona as notas no curto prazo à custa de um empobrecimento da qualidade educativa a médio e longo prazo”, adverte Bernardita Muñoz, psicóloga educacional cuja pesquisa doutoral na Universidade de Bristol (Inglaterra) concentrou-se em medidas para avaliar de maneira mais justa a efetividade dos estabelecimentos secundários no Chile.”
No Brasil, há quem queira que a nossa Prova Brasil passe a ser anual, associada a repasse de recursos etc., na contramão desta argumentação, portanto.
Para os defensores do SINCE atual, há que mantê-la censitária pois é importante influenciar a sala de aula. A argumentação já deixa claro a que serve a avaliação censitária: controlar a sala de aula e o professor.
Em nossa opinião, a avaliação da educação básica no Brasil deveria ser amostral (como aliás já foi no tempo do SAEB no Brasil, quando a ideia não era responsabilizar escolas e professores). A Finlândia não faz avaliação censitária e dizem que vai muito bem. De fato, a avaliação amostral casaria muito melhor com as ideias que tem defendido o atual Ministro da Educação no Brasil.
Para pensar, mais um pouco.