Privatização: regulações voláteis

A Malha Ferroviária do Nordeste foi privatizada em 1997. Tinha 4.679 km e hoje tem  tão somente 1.200 km. No entanto, na sua privatização, a empresa ganhadora assumiu o compromisso de expandir a malha.

Veja matéria aqui.

Segundo a publicação:

“Na privatização foram estabelecidas metas de aumento do transporte de carga e de redução de acidentes para a exploração do serviço ferroviário”.

Simplesmente a concessionária não cumpriu a meta. Mas, console-se: “a empresa foi penalizada”, apesar do Nordeste ficar com menor malha.

Assim são os riscos da privatização. Avança aquilo que dá lucro. Quando não convém, as empresas pagam a multa e vão embora, deixando pior do que encontraram. E é esse modelo que querem trazer para “melhorar” a qualidade da educação.

Na educação, os reformadores vivem a eterna ilusão de que a privatização é boa, desde que haja boa regulação. O bom reformador sempre “salva” sua ideia e põe a “culpa” no executor.

Ocorre que uma boa regulação eleva o preço dos serviços e, no limite, como se viu neste caso acima, é mais fácil pagar a multa contratual do que continuar a realizar o serviço. Desconhece, também, o poder das corporações na própria elaboração da regulação. Veja o caso dos acordos internacionais do tipo do TISA, já comentado.

Já vimos o que ocorreu com a citada malha ferroviária de transportes. Imagine isso na educação. Aliás, não precisa imaginar, já temos exemplos práticos disso onde estas políticas foram utilizadas.

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About Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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2 Responses to Privatização: regulações voláteis

  1. Pingback: Privatização: regulações voláteis — AVALIAÇÃO EDUCACIONAL – Blog do Freitas – Jean Magno

  2. Avatar de Maria Marcia Sigrist Malavasi Maria Marcia Sigrist Malavasi disse:

    Lamentável. Estamos mergulhados em uma grave crise. E quem mais perderá é o estudante.

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