A Malha Ferroviária do Nordeste foi privatizada em 1997. Tinha 4.679 km e hoje tem tão somente 1.200 km. No entanto, na sua privatização, a empresa ganhadora assumiu o compromisso de expandir a malha.
Veja matéria aqui.
Segundo a publicação:
“Na privatização foram estabelecidas metas de aumento do transporte de carga e de redução de acidentes para a exploração do serviço ferroviário”.
Simplesmente a concessionária não cumpriu a meta. Mas, console-se: “a empresa foi penalizada”, apesar do Nordeste ficar com menor malha.
Assim são os riscos da privatização. Avança aquilo que dá lucro. Quando não convém, as empresas pagam a multa e vão embora, deixando pior do que encontraram. E é esse modelo que querem trazer para “melhorar” a qualidade da educação.
Na educação, os reformadores vivem a eterna ilusão de que a privatização é boa, desde que haja boa regulação. O bom reformador sempre “salva” sua ideia e põe a “culpa” no executor.
Ocorre que uma boa regulação eleva o preço dos serviços e, no limite, como se viu neste caso acima, é mais fácil pagar a multa contratual do que continuar a realizar o serviço. Desconhece, também, o poder das corporações na própria elaboração da regulação. Veja o caso dos acordos internacionais do tipo do TISA, já comentado.
Já vimos o que ocorreu com a citada malha ferroviária de transportes. Imagine isso na educação. Aliás, não precisa imaginar, já temos exemplos práticos disso onde estas políticas foram utilizadas.
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Lamentável. Estamos mergulhados em uma grave crise. E quem mais perderá é o estudante.