Sem estudos que possam orientar políticas públicas responsáveis, o governo embarca em uma combinação de concessão de creches para a iniciativa privada e vouchers. Ele continuará a asfixiar a educação como justificativa para sua privatização. Paralelamente, argumentará que está concedendo e não privatizando. Já vimos tais argumentos no ensino superior.
Começa agora a privatização da educação básica com a desculpa de que não tem como acabar quase 1000 creches que estão em construção e que, portanto, serão entregues à exploração do mercado empresarial educacional.
“Em entrevista ao ‘Estadão/Broadcast’, a secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos, Martha Seillier, explicou que, na falta de recursos públicos para finalizar esses empreendimentos, a ideia é atrair um parceiro para acabar as obras, tocar a operação das creches e ofertar as vagas. Caberia ao governo comprar parte dessas vagas, como compensação aos investimentos feitos, e redistribuí-las à sociedade.”
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A redistribuição das vagas que o governo comprar será feita por vouchers. A desculpa da melhoria da qualidade também estará presente, desconhecendo que as experiências de utilização de terceirização e vouchers ao redor do mundo não produziram resultados melhores, como já demonstramos aqui inúmeras vezes.
É fé no livre mercado, não é ciência.