Ravitch: investidores “compram” escolas na Flórida

Diane Ravitch informa que na Flórida, um dos locais mais charterizados dos Estados Unidos, investidores compraram cinco escolas charters por 72 milhões de dólares. Eles pagaram por cada estudante 18 mil dólares. As escolas atendem a 4.000 alunos.

Esta é a lógica que penetra na educação junto com a terceirização de gestão. Começa com entidades sem fins lucrativos para criar mercado, aparecem as entidades com fins lucrativos e depois são inseridas na lógica das bolsas sob controle de fundos de investimentos.

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As escolas acabam sendo vistas não como locais de formação da juventude, mas como locais de investimento. Não há escolas charters “sem fins lucrativos”. Como aponta Peter Greene, escolas charters sem fins lucrativos são organizações de “lavagem de dinheiro”.

Trump colocou no Departamento de Estado uma ministra que é bilionária, advogada das charters e dos vouchers (sua família financia a expansão destas em Michigan) e que é favorável à desregulação da atuação das charters.

Vê-se, portanto, a outra falácia sendo demonstrada: a falácia de que as escolas charters podem ser controladas por agências de regulação – como quer Doria em São Paulo. Nada pode controlar o mercado – só a concorrência. As charters querem ser “escolas públicas” para receber o dinheiro do Estado, mas querem ser “privadas” quanto às regras que seguem nas suas instituições. Inclusive para suas mantenedoras entrarem na roda viva das bolsas.

Sobre Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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