A Secretaria de Estado de Educação implantou em Mato Grosso o Ensina Brasil, programa inspirado em uma iniciativa da ONG norte-americana Teach for All, que permite, segundo o Secretário, o intercâmbio entre universitários recém-formados e alunos da rede pública. É claro que não é só isso: é precarização de professores da rede. Como se vê, não há a menor intenção em aplicar política educacional levando em conta as evidências empíricas quando elas não convêm.
Esta prática, examinada na literatura americana, levou a uma grande troca de “professores” alocados pela ONG às escolas e a uma precarização do ensino sem precedentes naquele país. (Veja abaixo.)
Segundo o Secretário de MT:
“Esses jovens recém-formados aprendem e melhoram muito quando eles têm um contato com a periferia, com a realidade de pessoas mais carentes, transformando em pessoas melhores. E, de outro lado, também as comunidades carentes acabam por aprender mais, visualizar melhor a possibilidade de obter sucesso, de crescer com o intercâmbio. Então, acima de tudo, é um programa de intercâmbio de experiência, de inovação. Todos ganham”.
Leia entrevista do Secretário aqui.
Ou seja, professores improvisados para quem mais necessitaria de ter os melhores professores em sala de aula, exatamente, os mais pobres.
“O que sabemos agora sobre a Teach for America (TFA): a base de pesquisa crescente sobre a TFA revela um cenário misto, mas também mostra que a defesa da TFA é enganosa (ver também “três maiores mentiras”). Além disso, a TFA contribui negativamente para alguns problemas centrais que a educação pública enfrenta: evasão de professores; rotatividade do professor; e atribuição desigual de professores (alta pobreza e estudantes das minorias sendo atribuídos desproporcionalmente a professores novos e não certificados).”
Sobre a ONG e a experiência americana leia aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
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