Paulo Carrano examina o fenômeno Tuiuti no carnaval do Rio de Janeiro:
“As escolas de samba Beija-Flor, da cidade de Nilópolis, e Paraíso do Tuiuti, do bairro de São Cristóvão, respectivamente, campeã e vice-campeã do carnaval, foram os destaques da crítica social. Outras escolas se apresentaram no mesmo diapasão crítico, tal como a Mangueira que apontou suas baterias e alegorias para o Bispo-Prefeito-Bispo Crivella que tenta mas não consegue esconder que foge do Carnaval e de outras culturas populares como o diabo foge da Cruz.
Quero falar, contudo, especificamente do fenômeno da Paraíso do Tuiuti que foi mais fundo na crítica das injustiças sociais denunciando a persistência da escravidão como matriz de nossas injustiças e desigualdades sociais e o arranjo golpista-neoliberal que habita, hoje, o governo federal. O samba da Tuiuti casou com o enredo e o desfile empolgou o Brasil que ainda se quer consciente, crítico e mobilizado. A escola da comunidade de São Cristóvão realizou a crítica das injustiças sociais do tempo presente puxando os fios de história para lembrar da escravidão de ontem e a de hoje, “mais viva do que nunca”, que aprisiona milhões no “cativeiro social” cujos produtos consumimos e que, pela força da alienação, tem a sua existência por nós negligenciada, tal como afirma a sinopse do enredo distribuída pela escola e sobre a qual comento ao final desta postagem.”
Leia toda a análise aqui.