Alckmin: “Ideb deste ano está sob suspeita”

Alckmin não gostou nada dos novos cálculos do IDEB e do SAEB pois os alunos do ensino médio da rede Paula Souza, ensino técnico estadual, os quais são melhores pois lá só entra quem passar por um vestibulinho, foram excluídos do cálculo.  Segundo o MEC, isso é normal:

“Em relação à crítica feita pelos governadores, o MEC afirma que tanto a série histórica do Saeb, desde 1995, quanto a do Ideb, a partir de 2007, “jamais consideraram os resultados do ensino técnico. Portanto, incluir estes dados nos resultados do Saeb e do Ideb 2017 os tornaria incomparáveis com as edições anteriores, quebrando assim a série histórica ”. ”

Leia aqui.

Pode ser que Alckmin ainda não tenha se dado conta de que as novas notas de corte sejam as culpadas e não só a exclusão da Paula Souza, pois o fato é que o estado de São Paulo perdeu a liderança nas três etapas da educação básica (anos iniciais, finais e médio).

Pelas novas notas de corte, os alunos que estão entre os níveis de aprendizagem 0 a 3 passaram a ser considerados insuficientes; entre 4 e 6, com conhecimento básico; 7 a 9, com conhecimento adequado e 10 avançado. Ou seja, um aluno tem que escalar seis níveis da escala antes de ser considerado proficiente/adequado.

Isso mudou a escala anterior, feita pelo Todos pela Educação e que servia de base para o INEP. O critério antigo seguia padrões internacionais, onde no fundamental o nível 4 era considerado o mínimo adequado para português, e para matemática era considerado adequado o desempenho a partir do nível 5. No ensino médio era o nível 6.

Isso mostra como estas politicas de avaliação censitárias conteem mecanismos que permitem construir cenários ao gosto dos governos, com a finalidade de pressionar as escolas.

 

Sobre Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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