Mais de 30.000 professores do Distrito Escolar Unificado de Los Angeles, um dos maiores do país com 600 mil estudantes, planejam fazer uma greve a partir de segunda feira. O motivo da greve não é salarial. Eles pediram 6.5% de reajuste e obtiveram 6%. A questão é outra. Os professores querem que o distrito aplique mais recursos em educação e que tenha turmas menores de alunos.
A administração do distrito anunciou uma verba maior para a área educacional como tentativa de evitar a greve e as negociações prosseguem para definir um novo limite de alunos para constituir turmas no Distrito.
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O tamanho das turmas é uma importante variável na aprendizagem das crianças. Há farta literatura sobre a questão que aponta nesta direção. Uma revisão das pesquisas publicadas conclui que:
- O tamanho da classe é uma determinante importante dos resultados da aprendizagem dos alunos e é uma medida que pode ser diretamente determinada pelas políticas públicas.
- As evidências sugerem que o aumento do tamanho das turmas prejudicará não apenas os resultados das avaliações das crianças no curto prazo, mas também sua formação de longo prazo. O dinheiro economizado hoje pelo aumento das turmas resultará em custos sociais e educacionais mais substanciais no futuro.
- O retorno da redução do tamanho da turma é maior para crianças de baixa renda e minorias, enquanto qualquer aumento no tamanho da turma provavelmente será o mais prejudicial para essas populações.
Na verdade, isso que as pesquisas apontam é de conhecimento de qualquer professor das redes de ensino. Eis aí uma medida segura para se melhorar a aprendizagem de nossas crianças e que é deixada de lado, em favor da definição de complexas bases nacionais curriculares tentando alinhá-las com avaliações e pressões sobre os professores, supondo que a culpa das dificuldades educacionais do país se devam isoladamente ora à sua formação, ora à sua falta de motivação, ora à falta de definir e alinhar a sala de aula ao que deve ser ensinado. Não bastasse isso, agora se adiciona mais uma pérola: o marxismo cultural.
Entre as pérolas dos novos reformadores liberais e as dos novos evangelizadores conservadores, as ideias simples (e atestadas pela pesquisa) vão se perdendo.