USA: instituições formadoras na mira

O Departamento de Educação dos EUA propõe plano para fortalecer a preparação do professor e mudará a partir de meados de 2015 as regras de avaliação das instituições formadoras de professores naquele país. Em seu estudo diz:

“A nova legislação muda as exigências atuais da apresentação de relatórios sobre os programas de formação de professores principalmente tirando o foco dos insumos e colocando nos resultados – por exemplo, como os graduados estão se saindo na sala de aula – e dando aos Estados muita flexibilidade para determinar como eles vão usar as novas medidas e como o desempenho do programa será medido.”

“Especificamente, o propósito da legislação seria reorientar o foco do relatório dos dados institucionais já requeridos pela legislação federal, para dados significativos ao nível do programa, dar apoio aos Estados no desenvolvimento de sistemas que diferenciam os programas pelo desempenho nos resultados, fornecer feedback aos programas sobre o desempenho e a satisfação dos diplomados, e tornar os programas responsáveis por quão bem eles preparam os professores para ter sucesso nas salas de aula de hoje e ao longo de suas carreiras. Além disso, exigindo dados sobre os resultados do emprego do novo professor (colocação e retenção), ele vai lançar luz sobre as escolas e campos de alta necessidade e contribuir para facilitar uma melhor adequação da oferta e da demanda.”

Para Anthony Cody, um crítico das medidas:

“Isso significa que, assim como os Estados foram obrigados a desenvolver sistemas que incorporam os resultados dos testes nas avaliações dos professores, eles serão obrigados a medir também a “eficácia” de programas de formação de professores com base nos resultados dos testes dos professores que formaram.”

Para ele está em curso uma ação contra as Faculdades que preparam professores no sentido de cumprir antigo desejo do National Council for Teacher Quality – NCQT:

“Kate Walsh, o encarregado do NCTQ, expressou esta perspectiva quando se discutia um relatório do projeto publicado em 2012: “Uma grande quantidade de Faculdades de educação continuam a ser bastante opostas à noção de testes padronizados, apesar de há muito eles terem se tornado uma realidade em nossas escolas. A resistência ideológica é perigosa.” Então a NCTQ recomendou que o Departamento de Educação agora planeje obrigar – que as escolas de ensino sejam classificadas de acordo com sua pontuação nos modelos de valor agregado, e sejam punidas ou recompensadas de acordo com estes indicadores de “eficácia”.” Esta é a força bruta de dólares federais sendo usado para superar a “resistência ideológica” contra a centralidade dos resultados dos testes.”

Sobre Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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