O arranjo dos números

Postado originalmente na Uol em 19/03/2011

O resultado do SARESP, sistema de medição da educação no Estado de São Paulo, apresentou os seguintes resultados para os anos iniciais do ensino fundamental:

Anos iniciais do fundamental

2009 2010
MATEMÁTICA
Insuficente 30,3% 29%
Suficente 63,3% 62,7%
Avançado 6,3% 8,2%
PORTUGUÊS
Insuficente 20,9% 19,8%
Suficente 68,8% 70,4%
Avançado 10,3% 9,8%

FONTE: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2011/03/18/nota-do-ensino-medio-de-sp-cai-e-chega-a-181-em-uma-escala-de-zero-a-dez.jhtm

Note-se, entretanto, que a escala criada no Estado tem apenas três posições: insuficiente, suficiente, avançado. Isso causa um congestionamento no nível “suficiente”. Seria bom sabermos qual a amplitude de proficiências que se considera em cada nível para classificar o aluno, além é claro de sua interpretação pedagógica. No Brasil, não temos o hábito de fazer relatórios técnicos públicos da análise dos dados. Divulgamos apenas breves informes para os jornais.

Normalmente, as escalas são mais discriminativas ou seja, contêm quatro pontos: abaixo do básico, básico, proficiente e avançado.

Suspeito que se usássemos esta última escala, os resultados seriam mais trágicos, com a concentração dos alunos no “abaixo do básico” e “básico” e não no “proficiente”, ou na tabela do estado, “suficiente”.

Esta mudança na escala é recente, creio que foi introduzida na gestão anterior, de Paulo Renato. Seria bom a Secretaria rever isso e colocar mais transparência nos resultados com uma escala mais refinada.

Sobre Luiz Carlos de Freitas

Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.
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